Apaixone-se pelo problema, não pela solução - Resenha crítica - Uri Levine
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Apaixone-se pelo problema, não pela solução - resenha crítica

Apaixone-se pelo problema, não pela solução Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Carreira & Negócios

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-65-5047-356-3

Editora: Citadel

Resenha crítica

Não existem decisões erradas

Em 2013, a Google contatou a Waze com uma proposta de compra. Uri Levine havia fundado a startup alguns anos antes. A gigante da tecnologia fez uma proposta de 1,15 bilhões de dólares. Para o autor, desenvolver uma startup já é uma montanha russa cheia de altos e baixos, mas fechar a venda é o momento mais extremo dessa jornada. 

O autor atribui esse sucesso à sua dedicação para resolver problemas, trabalhar bem e seguir seu método pessoal. Quando perguntam se a decisão de vender o Waze para a Google foi certa, Uri recusa a dicotomia. Para o autor, só existem decisões certas ou ausência de decisão.

Não faz sentido refletir sobre a possibilidade de uma escolha ser a errada. Ao escolher um caminho, você não sabe como as coisas seriam se optasse por outro. Escolha por convicção. Esse é um dos comportamentos que mais importam na vida de um CEO bem-sucedido.

O encontro entre a oportunidade e a predisposição

As comunidades de investimento em Israel se surpreenderam com a compra da startup do país. O valor foi o maior já pago até então no universo tecnológico. Essa foi a confirmação de que o que se produzia na Waze superava todos os apps no universo da direção e navegação.

Hoje o Waze vale mais do que o que o Google pagou na época. Porém, a decisão precisava acontecer. Era impossível saber que a empresa chegaria ao lugar em que está sem o investimento da gigante da tecnologia. No fim, é tudo sobre causar impacto e mudar o mundo para melhor.

O Waze foi a primeira venda de Uri na casa dos bilhões. Sete anos depois, o mesmo aconteceu com a Moovit. O autor acredita que sua próxima venda é questão de tempo. Ainda que a sorte importe, o autor prefere defini-la como o encontro entre a oportunidade e a predisposição. É só se preparar e, quando a chance surgir, aproveitar.

O problema é o melhor ponto de partida

Por duas décadas, o autor liderou startups, vendo todo tipo de sucesso e fracasso. Seu foco é construir marcas que melhoram a vida das pessoas. Para ele, o problema é o melhor ponto de partida. Se for grande o suficiente e valer a pena sua resolução, merece ser olhado com carinho.

Ao se deparar com um bom problema, Uri já levanta a hipótese de uma empresa relevante e uma jornada boa o suficiente para trilhar. Existe uma abordagem que Uri usa na criação das empresas. Ela começa com:

  • descobrir se o produto se adequa ao mercado;
  • determinar um modelo de negócio;
  • traçar um caminho viável para crescer.

Várias empresas da nossa rotina começaram como startups. Por exemplo, WhatsApp, Facebook, Netflix e Uber. O impacto da próxima geração de investidores vai ser ainda mais intenso. Só que são eles que vão mudar o mundo para melhor.

A frustração é uma boa guia

Durante o feriado judáico de Rosh Hashaná, em 2006, o autor fez uma viagem de carro com a família para o Norte de Israel. Quando precisou voltar para sua cidade de origem, encarou um trajeto de três horas. Havia duas rotas para voltar, mas Uri não sabia qual era a menos congestionada.

Para resolver isso, começou a ligar para outros familiares, que já estavam na estrada. Um por um, eles foram contando como estava o trânsito. Foi aí que Uri teve a ideia de desenvolver o Waze. Seria uma forma automática de fazer o que seus parentes estavam fazendo. Uma boa ideia nasceu da insatisfação.

A frustração revela um problema. Então, Uri tenta descobrir se é um problema relevante, algo que valha a pena resolver. Se for realmente relevante, isso significa que a solução que criar para resolvê-lo é lucrativa. O Waze veio da frustração no trânsito, o FairFly da irritação em viagens e Pontera da insatisfação com as economias.

Simplicidade é o grau de sofisticação mais alto

Quando produzimos algo, tendemos a adicionar o maior número de recursos que podemos. Se lançamos um software, ele precisa ser o mais completo do mercado. O problema é que é fácil se desviar do valor ao tentar agregar itens infinitamente.

Às vezes, a complexidade é incômoda. Nos sentimos intimidados quando encaramos algo complexo que não funciona bem. Só que a solução pode estar na simplicidade. É o que Steve Jobs queria dizer, quando citava Michelangelo e falava que a simplicidade é o grau de sofisticação mais alto. 

Na Apple, se um recurso não pode ser descrito em termos simples e fáceis de entender, o departamento de publicação o recusa. É o que fez com que o iPhone não soasse confuso para o próprio Steve Jobs. 

Startups morrem quando não adequam o produto ao mercado

No começo da criação de uma startup, borbulham ideias. Até vir uma para a qual você dá prioridade. Então, você continua, apesar do pessimismo das pessoas ao redor. O primeiro passo para criar o conceito é começar por um grande problema. Um que a solução torne o mundo melhor. Se só você enfrenta ele, esqueça. Não vale a pena. 

Mas se muitos enfrentam, converse para entender suas percepções. Só depois crie a solução. Se ela der certo, você vai criar valor. Essa é a essência da jornada. As startups morrem quando não adequam o produto ao mercado. Muitas vezes, porque o foco foi para a solução, e não para o problema. 

Isso faz com que criem produtos para os quais ninguém liga. É frustrante depois de investir esforço, dinheiro e tempo. O fundamento de começar pelo problema é a probabilidade de criar valor. Ao começar pelo problema, sua história se torna envolvente. As pessoas compartilham da frustração e se identificam.

Empresas que focam na solução começam com “nós”

Já passamos da metade do microbook e o autor fala sobre a importância de priorizar o problema. Quando esse é o foco, a pergunta principal é sobre o progresso na sua resolução. São marcas que dizem “este é o problema que solucionamos” ou “ajudamos pessoas X a resolver problemas Y”.

Já as marcas que focam na solução funcionam de forma diferente. Elas começam com “nós”. Coisas como “nosso sistema”, “nossa solução”. Se seu foco é em si, vai ser difícil ser relevante. Se focar nos usuários e no problema, o caminho fica fácil. Só que isso é só uma parte do processo.

Criar uma empresa não é simples. É quase um ato de fé. Se você não quiser encarar sacrifícios, como desistir do seu salário ou do seu emprego, então não se apaixonou o suficiente para fazer com que dê certo. Às vezes, criar uma startup exige que você abandone a profissão, o esporte ou o hobby.

Descubra como criar valor

Você pode usar alguns critérios para saber se um problema é grande o suficiente. Por exemplo:

  • frequência;
  • magnitude da frustração;
  • estimativa de economia com a solução.

Independentemente da solução, você pode alterná-la várias vezes quando quiser adequar o produto ou descobrir como criar valor. O problema é sempre o principal motivo por trás de uma startup. Para saber o que criar, pergunte-se sobre o que desperta irritação ou frustração. 

A motivação por trás do Moovit, por exemplo, é evitar a frustração de esperar o ônibus. O app Engie, que funciona pela instalação de um leitor de defeitos no carro, nasce da irritação de ser enganado pelos mecânicos. 

O FairFly, app de economia com passagens de avião, lida com as dores de cabeça das mudanças de tarifas. Assim é com as outras startups em que Uri põe seu dinheiro, como Fibo, Refundit e Pontera. Todas são fruto de problemas irritantes.

Paixão é sobre mudar o mundo para melhor

A paixão por mudar deve superar o medo do fracasso. É a “zona do empreendedorismo”, que divide os que têm perfil para criar uma startup do que os que não têm. O denominador comum é a disposição para sacrificar o que você já faz em nome do seu projeto.

A jornada tem um preço, que se define por aquilo que você precisa abrir mão. Para isso, você precisa se envolver emocionalmente. Uri Levine faz isso pela frustração. Sentimentos intensos levam à paixão. Isso é mais sobre mudar o mundo para melhor do que sobre ganhar dinheiro. 

O objetivo do autor não era lucrar com o Waze, mas trazer paz de espírito a quem está no trânsito. Para alcançar o sucesso, você precisa saber o que motiva as pessoas. Na maior parte dos casos, é o envolvimento emocional com o problema. Às vezes, o valor que você percebe é diferente do que as pessoas atribuem.

Encontre um problema pelo qual se apaixone

A paixão nasce de um ponto de vista pessoal. Ninguém resolve algo que não importa. Mas isso não significa que você não deva considerar o ponto de vista geral. Somos uma ótima amostra de uma só pessoa. Às vezes, esquecemos que os outros não pensam como nós.

Não pense que o jeito que você faz as coisas é o único possível. No geral, não há um caminho certo. As pessoas não são iguais. Aqui, o motivador da mudança é a emoção. O segredo é encontrar um problema pelo qual se apaixone, algo que lhe faça vibrar.

Se você ouviu a mesma reclamação por vários ângulos, têm fortes pistas de que é um problema relevante. Ainda assim, não importa o que faça, criar uma startup sempre vai ser um desafio. Mesmo com uma boa ideia. Você precisa pôr 200% da sua energia nela e 0% em todo o resto.

Uma jornada de fracassos

Você vai tentar várias coisas que não funcionam até achar à que dá certo. Criar uma startup é experimentar fracassos. Se quiser fazer sucesso, precisa tentar várias vezes. Para que isso aconteça, precisa fracassar rápido. 

Você não só precisa dar errado algumas vezes, como estimular que os outros também o façam. Errar é uma ferramenta para progredir. Essa é a essência de criar uma startup. Se você tenta fazer algo que ninguém fez, não sabe bem o que está fazendo.

Está tateando no escuro. É natural que erre algumas vezes. A jornada é uma montanha-russa, cheia de tentativas e erros. Se você tem medo de fracassar, então já deu errado, porque não vai sequer tentar. Para experimentar algo novo, precisa lidar com a possibilidade de não dar certo.

Demitir importa mais do que contratar

As pessoas são a essência da empresa. Se alguém que não se enquadra no perfil de uma startup, precisa desligar a pessoa cedo. Isso acontece porque você vai ser o último a saber. Normalmente, o caminho para crescer não é contratar profissionais incríveis, mas demitir os péssimos.

Demitir um mau profissional gera mais impacto do que contratar um excelente. Todos sabem quando alguém está onde não deveria estar. Quando você toma decisões difíceis, a confiança na liderança cresce. Você precisa se perguntar se, depois de 30 dias, sabendo o que sabe hoje, contrataria a pessoa ainda assim. 

Se a resposta for um sonoro “não”, é porque precisa demitir. No entanto, se for “sim”, pode recompensá-la. Você pode aumentar o salário, oferecer ações ou qualquer outra coisa. Uma boa relação é a base do comprometimento. Mostre para as pessoas que demonstram um bom trabalho que elas estão agindo certo. 

Notas finais

O livro de Uri Levine mostra sua abordagem para criar projetos promissores de startups e investir até que façam sucesso, com dicas exemplificadas por sua experiência no Waze e no Moovit. Marcas menos badaladas, como a Engie, também trazem suas lições.

Dica do 12min

Assim como Uri Levine, Howard Schultz é a mente por trás de um negócio de sucesso. Dessa vez, no ramo das cafeterias. Descubra o que o presidente emérito do Starbucks tem a dizer em “Dedique-se de coração”, disponível no 12 min.

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Quem escreveu o livro?

Uri Levine é um empresário e autor israelense. Ele cofundou o Waze, um aplicativo de trânsito e navegação que foi adquirido pelo Google em junho de 2013 por mais de US$ 1,1... (Leia mais)

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